quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Modelo de Gestão Pública

O modelo a apresentar é assente em políticas de Direita. Poderão não ser perfeitas, mas são as que acredito serem melhores para o desenvolvimento de um país. O que pretendo é indicar caminhos, linhas de pensamento e não identificar números para o OE 2011. É mais um modelo de gestão que define prioridades.
O que têm sido discutido pelos políticos da actualidade são gestões de curto prazo, de tapa buracos. Não existe um caminho definido ( ou se existe, não é o que desejo para Portugal ), um planeamento, uma política de longo prazo. Assim escrevo:


Em primeiro lugar definir uma regra básica da gestão pública. Toda e qualquer entidade pública, receba ou não transferências do Estado, não poderá pagar um ordenado superior ao do Presidente da República. Seja para o cargo de presidente da CMVM, Águas de Portugal, TAP, CGD ou FPF ( Paulo Bento = 60.000€/Mês ). Não há nenhuma empresa em Portugal maior que o País. Segundo sei, Cavaco Silva aufere um salário a rondar os 10.000€/mensais. A palavra chave neste parágrafo está a negrito.
Esta é a parte fácil. A outra, é a parte difícil da maioria da população entender. Sei que vou receber criticas a dizer que devo ser rico (que não sou) e tudo mais. Leiam até ao fim.

Está ligado à parte fiscal da coisa. Mais concretamente ao facto de existir escalões de IRS a penalizar os contribuintes que têem rendimentos mais elevados. É correcto penalizar com carga fiscal mais elevada, as pessoas que têem mais sucesso profissionalmente? Imagine que está a preparar-se para um exame. Estuda bastante, esforça-se e consegue tirar 20 valores. Mas o professor vai-lhe tirar 4 valores e distribuir pelos alunos com pior classificação para que haja uma melhor distruibuição das notas. Parece-lhe justo? A mim não. O exemplo não é totalmente coerente com a realidade comparada ( porque todos pagam imposto, mesmo os que "tiram" 8 valores ), mas explica bem o ponto de vista. O normal até seria penalizar as más notas e beneficiar as boas. Mas isso não seria justo neste caso. O que eu defendo não é que os ricos paguem menos imposto, é que paguem a mesma percentagem de imposto. Que todos paguem o mesmo imposto percentualmente. Sem fazer quaisquer tipo de contas, imagine-se 20% para todos. Se o rico ganham 1 milhão, 200 mil euros são para o Estado. Se somos uma sociedade igualitária, porque é que uns têem que pagar um taxa superior? Deste modo, acabava-se com a quantidade rídicula de tabelas de IRS e simplificava-se o sistema. A estas tabelas estariam associados "descontos percentuais" para inválidos e número de filhos (semelhante ao modelo actual, porque nem tudo está mal). Com esta medida, associada a um reforço do controlo fiscal, acredito que haveria mais "ricos" a declarar os seus rendimentos do que na actualidade. Como disse uma vez Miguel Sousa Tavares (que paga 45% de IRS), custa-lhe muito pagar esse escalão de IRS e saber que andam pessoas que usufruem de tudo o que é subsídios a tomar pequenos almoços na pastelaria e outras mordomias. Aqui haverá sempre outra questão que é a origem da riqueza ( ilicita? ). Mas parti do pressuposto que pressuposto ( sei que é errado, não vale a pena bater no cego ) que enriqueceram de forma legal.

Outra questão está presa com a distribuição da riqueza. Conhecem algum pobre que tenha ficado rico por receber subsídios? Eu não. Sou contra a maioria dos subsídios ( e em Portugal, estes são parece que são como o direito à vida: inalianáveis). É o velho ditado: Dar o peixe ( subsídio ) ou a cana de pesca ( trabalho )? O que são subsídios? Impostos que todos pagam, para alguns receberem! Têm a sociedade ou Estado a obrigação de atribuir subsídios à população sem receber nada em troca? Não. O que faz uma pessoa que recebe o RSI? Está viva. As pessoas têem direito há vida? Claro. E o dever de trabalhar para isso. Ficar em casa no sofá à espera que entre dinheiro pela porta nunca tornou país nenhum mais rico. No subsídio de desemprego defendo o seguinte: uma solução híbrida - máximo de algo como 2 salários mínimos e com prazo de 6 meses. As prestações diminuiriam 10% mensalmente em relação à primeira tranche. Assim estimulava-se a procura de emprego.

Subsídios para empresas? Não. Apoios a projectos megalómonos? Não. Porquê? Se fossem rentáveis, não era o Estado que financiava. Era a banca. Para receber os seus juros. O Estado têm apenas de não criar entraves à riqueza. Diminuir os custos e borucracias para o tecido empresarial. Falamos um pouco mais sobre este tema mais à frente.

Seguindo:Os patrões recebem sempre mais que os empregados? Verdade. É mais facíl ser patrão que empregado? Se respondes sim a esta pergunta, demite-te do teu trabalho, abre uma empresa e tira as tuas conclusões. No dia em que não existir diferença nos rendimentos de trabalhadores e patrões, todos serão trabalhadores. Deveriam os empregados ganhar mais? Sim. Através do aumento do salário mínimo nacional. Terá que ser efectuado, sempre, com uma taxa de crescimento anual superior à taxa de inflação para que exista crescimento real. Juntamento com isto, há que alterar a lei do trabalho. Facilitar o despedimento e a contratação. Sim, o despedimento, porque as empresas só despedem os trabalhadores que não cumprem os objectivos.
APARTE - Por exemplo, tens uma empresa com 10 trabalhadores a receber 500€. Trabalham lá há 30 anos. Com o aumento do salário mínimo para 800€, os custos aumentariam de forma brutal, mas a empresa não se pode dar ao luxo de despedir porque terá que pagar indeminizações brutais. Isto é um entrave ao aumento do salário mínimo, que ninguém dúvide.

Mas continuando a defender a tese de que os trabalhadores devem receber mais, acredito no seguinte: deve-se baixar os encargos do estado para o mínimo ( não vou dizer onde cortar despesa, porque não estou qualificado para isso. Mas existe muitas funções e gastos superfulos no Estado ). Menos despesa, menos imposto para a cobrir. Diminuindo os impostos ( IRS, SS, IVA, IMI, sobre os combústiveis, tabaco, etc ) ficamos com mais dinheiro no bolso. Com mais dinheiro no bolso, gastamos mais e a economia cresce. A economia cresce, a tua empresa cresce e pode pagar melhores ordenados. Pagando melhores ordenados, gastas mais ( o estado recebe mais imposto e pode baixar as taxas ) e ... estão a ver a lógica? Assim, sem aumento real do salário, apenas da diminuição dos impostos, teria um efeito multiplicador da riqueza tremendo. Estas medidas no curto prazo são díficeis de tomar porque têem efeitos recessivos ( no curto prazo ). Por exemplo, o estado gastando menos, haverão muitas empresas a facturar muito menos dinheiro ( mas aqui também há muita corrupção, empresas a viverem à sombra do Estado ). Mas no médio/longo prazo, como expliquei acima, criam riqueza. Os últimos governo têem governado o país com políticas de curto prazo, levando sempre a aumento de impostos, do número de pessoas a viver de subsídios, do défice público. Vejam onde fomos parar. Está na hora de mudar de caminho.

Estas são, na minha opinião, as bases mestras de uma sociedade/país de sucesso. Defendo trabalhadores e patrões, não indíviduos que vivem a sugar a sociedade. Não defendi ( porque não tenho conhecimentos ) que se deva apostar mais num sector/ministério em detrimento de outros.
Como referi, este modelo irá gerar recessão no curto prazo ( estimo 1/2 anos até que as pessoas modifiquem o seu modo de agir ). Mas sempre é melhor que andar há 10 a apertar o cinto e quando olhamos para o futuro vemos que serão pelo menos mais 5 anos assim. Façam o vosso julgamento, critiquem este modelo, mas façam-no dando alternativas justas e viáveis. Dizer que está mal não chega. Há que dar soluções. Eu não disse que devia cortar 10 milhões na saúde e 15 na Justiça. Isso são medidas de curto prazo. Não é para isso que pretendo alertar.



Gostaria ainda de fazer duas chamadas de atenção:
- Aumento do IVA de 5% para 6%. É um aumento brutal da carga fiscal ( e da receita ). Por exemplo, se o estado recebia 100 milhões neste escalão do IVA, vai passar a receber 120 milhões. O custo final do produto é que têm um aumento de 1 ponto percentual, as receitas do Estado, essas são na ordem dos 20%. Isto não se fala à população.
- O eventual aumento da taxa aplicada a vários produtos de 5% para 23%, constitui um aumento da receita superior a 350% nas receitas do Estado. O estado vai ganhar 3,5 vezes mais nas receitas deste produtos. É rídiculo.

11 comentários:

  1. Utópico, mas com alguns pontos pertinentes, mas a questão principal não foi abordada, DESEMPREGO, e não é demagogias que resolve a situação, neste momento não há trabalho.

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  2. Aqui está explanada uma visão democrática da economia de mercado.... !? Tem razão em tudo o que diz, estou de acordo com todos os pontos do seu raciocínio (todos!). Mas não me parece viável na economia de mercado em que vivemos! Esse tipo de pensamento pressupõe uma base de bons princípios (nos governantes, nos políticos, nos patrões,...), pressupõe um espírito de sociedade (por todos), pressupõe um nível cultural que não temos, pressupõe que não olhamos todos apenas e só para o nosso próprio umbigo!
    Há orgulho em ser Português (na maior parte dos casos não!), há orgulho em contribuir para uma sociedade justa e de boa fé? (não), finalmente… Existe envolvimento dos cidadãos nas assembleias municipais, e na política em geral? (não… até se paga em algumas freguesias/municípios!) Estamos todos descontentes, mas ninguém reage… O melhor que fazemos é dissertar sobre!

    Minha opinião: Acabar com políticos de carreira! Tornar Portugal a empresa Portugal, gerida pelos melhores, apresentando lucros, balanços, adquirindo e vendendo! PRODUZIR!! Esse é o maior problema! Incentivar a produção! Como é possível oferecerem a chefia de uma empresa (Portugal) a alguém/s que em poucos (ou muitos) anos não consegue criar riqueza??!! Quem são esses chefes e porque é que lá estão? O que é que eles já produziram??

    Assim realmente não dá! Venha o FMI… Mudem-se as mentalidades!

    Miguel

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  3. se bem entendi, aquilo que tu defendes no que toca a emprego, salários e impostos aproxima-se do famoso capitalismo selvagem! não, não é porque apresentes teorias só ao alcance de iluminados. Elas são até de compreensão bastante simples. Partes é de pressupostos e de conceitos de mérito ALTAMENTE discutíveis como por exemplo o de que todas as pessoas partem do mesmo ponto de partida, pelo que têm exactamente as mesmas hipóteses de alcançar o sucesso e a riqueza, quando basta olhar 2 segundos à nossa volta para perceber que assim não é! Até pegando só no teu exemplo de mérito escolar, o facto de um aluno crescer num ambiente favorável, filho de pessoas com formação, com meios económicos para o colocarem nos melhores colégios e afins não o diferenciará de um outro jovem nascido num bairro social, com 4 irmão e dois baixos salários (ou mesmo desemprego) para sustentar as 6 pessoas? pois eu acho que sim! e desculpa lá, mesmo com taxas de IRS diferentes, pagar 20% de IRS sobre 25000 € e ainda ficar com 20000€/mês no bolso é bem diferente de pagar 20% sobre 750€ e ter de se governar com 600€ apenas... daí a descriminação positiva aplicada em portugal e por toda a europa!
    isto claro que não retira a tua razão em muitos pontos, nomeadamente dos aproveitamentos indevidos que muitas pessoas fazem dos apoios do estado e de uma certa subsidio-dependência reinante em portugal. mas uma coisa é criticar os critérios/rigor na atribuição dos apoios, outra a necessidade da sua existência.

    mas é como te digo, não acho que sejas rico nem mal intencionado, mas a tua visão de mérito e de igualdade de oportunidades é PARA MIM (pq não passa da minha opinião pessoal e vale o que vale) utópica, o que mina grande parte do restante raciocínio!

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  4. Relativamento ao comentário do Miguel, concordo que é tudo uma questão de príncipios. Implementar o modelo que defendo terá como maior obstáculo isso mesmo: mudar a maneira de agir e pensar das pessoas.
    Com o acabar com políticos de carreira, é um opinião da qual também partilho. São poucos os que lá estão que têem experiencia de "privado" ou que não dependam em absoluto dos dinheiros públicos. Mas sinceramente, ainda não me ocorreu uma ideia de como alterar essa questão. Portugal empresa? quem era o presidente? eleito? No fundo, é o que se retrata actualmente.

    Para o Anónimo das 10:44 :
    O pressuposto que parti "que todas as pessoas têem condições iguais" sei que não se verifica. Mas como contornar isso? As políticas que têem sido seguidas têm retirado resultados contrários aos pretendidos. Apontaste o problema, onde está a solução?
    Sou contra a maioria dos subsídios. Concordo com abono de família para os agregados familiares com rendimentos mais baixos. Com subsídios escolares para os mesmos. Mas o estado têm que exigir "compensações". Por exemplo, quem recebe, se reprovar corta-se o subsídio.
    Sei que os 20% de imposto pagos pelos "pobes" fazem muito mais falta que aos ricos. Usar isso para defender que os ricos devem pagar mais, não é pretexto. Todos devem pagar menos e todos devem pagar o mesmo ( percentualmente ). Muito se preocupam os portugueses com os ricos. O problema são os pobres. Esses é que devem sair da pobreza e não os ricos ficarem mais pobres.
    Mas que ninguém espere ficar rico, a receber subsídios. Aceito a critica do capitalismo. Não aceito a do selvagem. Dá conotação negativa à boa vontade da iniciativa. Sei que os USA não são exemplo para ninguém, mas concerteza estão melhores que a maioria dos países com políticas de esquerda.
    Espero ter contribuido para o debate. Cumpts

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  5. Acho muito utópico... mas já que estamos no campo da utopia, também tenho uma ideia utópica. Portanto, acabar com o sistema politico nacional, por (todos) os actuais politicos a dar uma volta e atraves de leasing, arranjar uma equipa de bons gestores, prevendo-se responsabilidades, caso não cumprissem os objectivos.

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  6. Não concordo quando definem o modelo de utópico. Mudar para este modelo implica trabalho? Claro. Numa sociedade que está habituada a ter apoios para tudo e mais alguma coisa, é díficil mudar de mentalidade. Eu identifico vários problemas e propûs soluções que me parecem justas. Acham o sistema actual melhor? O facto de a maioria dos países desenvolvidos possuirem impostos que descriminam os mais ricos, não quer dizer que isso esteja correcto.

    Utópico é pensar que a despesa pública pode crescer infinatamente. Utópico é pensar que com os aumentos dos apoios sociais se consegue tirar o país da crise ou aumentar a riqueza em Portugal. Utópico é a quantidade bárbara de impostos existentes em Portugal.

    Desculpem o desabafo, mas o modelo de gestão dos bens públicos actual é horroroso. Sei que o modelo que defendo têm fraquezas e não é A+B ou preto no branco. Mas não conheço nenhum modelo perfeito. O modelo actual é de destruição de riqueza. De "crescimento" à custa de créditos (dívida pública). O que defendo é sustentado pelo trabalho, que é a origem da riqueza.

    Refutem o que eu digo, não apenas apontando o que está mal, mas apresentando soluções para o problema. É na partilha de opiniões sustentadas que se aprende algo. Cumpts

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  7. Boas,

    Concordo em quase tudo e há duas coisas que quero mencionar :

    1ª Apenas as empresas criam riqueza ! Fico indignado quando vejo um funcionário publico dizer que é dos poucos que "desconta" tudo e não pode fugir etc... O FP até pode descontar 100% do salário mas não acrescenta riqueza ao país . É obvio que desempenha uma função importante mas não está na base .

    2ª Enquanto não reduzirmos a despesa (ajustamento da Função Pública) não há volta a dar . Absorve 74% dos recursos o que é inviável num país . Por muito que me custe mas o Reino Unido é um exemplo ao querer acabar com o dinheiro "emprestado" . Só em juros este ano são mais de 6000 milhões (nem era preciso austeridade) .

    Enquanto não pensarmos nisto a fundo não vamos sair do buraco . Neste momeno a unica coisa que abemos fazer é deitar dinheiro fora em juros !

    Parabens pela iniciativa e continue !

    Lewis

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  8. De facto seria bom estas medidas, se e friso o SE fossem possíveis de aplicar a curto prazo, não sei o que as pessoas que vêm comentar fazem, ou que bases têm para comentar e dar ideias, mas eu estou a estudar economia e grande parte dos exemplos que usamos obviamente é o caso em que esta Portugal, e essas medidas apresentadas, muito dificilmente vingariam.

    A questão do ordenado mínimo de facto é preocupante, a adesão ao €, a moeda única europeia veio por um lado dar um desenvolvimento a nossa economia, mas com isso tivemos obrigatoriamente de ter uma grande inflação e os ordenados não cresceram na mesma medida, como teoricamente é obrigatório, mas isto já acontece há vários anos e como dizes, subir o ordenado mínimo de 500€ para 800€ iria ser insustentável para as empresas.

    em relação aos impostos, é a maneira mais fácil de aumentar as receitas do estado, tal como explicas no fim, daí ser a primeira opção do governo quando toca a terem de reduzir o défice, mas nem sempre é a melhor escolha.

    já os subsídios é apenas para "enganar", é uma maneira de tentar agradar o povo, não é com 35€/mês(que foi o que recebi) de abono de família que ajuda em algumas coisa, nem para o passe da vimeca chegava . Uma das grandes falhas é mesmo o subsidio de desemprego, que deveria ser um subsidio de ajuda num período relativamente pequeno e não uma forma de "viver", como é permitido a muitas pessoas fazer .

    Não podemos esquecer que as economias hoje em dia, dependem imenso das expectativas dos investidores internacionais, este OE, vem com politicas de maneira a tentar reduzir o risco de investimentos, agora vamos é ver se vai funcionar, se os esforços pedidos aos portugueses vão servir de alguma coisa .

    Apenas te esqueceste de falar sobre o desemprego...

    Mas boas ideias e bons comentários. vou de certeza passar a acompanhar este blog.

    Pedro.

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  9. Que dependemos dos investidores internacionais é um facto. Mas há que ir ao fundo da questão. Porquê? Porque o "crescimento" em Portugal nos últimos 10 anos foi feito à base de aumento da dívida pública externa. O que é isto? São créditos que Portugal adquiriu no exterior para financiar a economia portuguesa.
    Não é questionável recorrer a estes empréstimos. Há ocasiões em que é necessário recorrer aos mesmos. O que foi feito foi um uso e abuso desta medida. Há dezenas de anos que Portugal não apresenta um orçamento com défice 0% ou superavit. É por termos um dívida pública externa brutal que neste momento estamos na corda bamba.

    Pessoalmente não acredito que a aprovação do OE venha salvar Portugal. Com o aumento de impostos não se cria riqueza, DESTROI-SE. Vamos entrar em recessão. Isto não é a saída do buraco, é prolongar a vida ao doente. É mau o FMI vir para Portugal? É. Mas adiar a sua vinda é ainda bem pior. Se tivesse vindo há 10 anos atrás, as medidas que tomaria não seriam tão más quanto as necessárias hoje em dia. Se esperarmos mais 3/4/5 anos vão ser ainda bem piores. O buraco das contas continua a aumentar - mais de 7% este ano e mais de 4% no próximo. O actual "governo" nem deveria tomar esse nome. Que de governar não têm feito nada. Uma vez paga a dívida pública externa, a nossa dependencia do financiamento externo acaba.

    Já na questão do desemprego, fiz uma pequena referencia no meu texto. Como se cria emprego? No meu modelo, não é ao estado que cabe essa função. Não têm que dar subsídios para abertura de empresas, nem projectos megalónomos. O que defendo é que apenas não têm que criar entraves ao investimento. Reduzir ou anular os custos de abertura de empresas e burocracias. Criar um ambiente económico "saudável" e transparente. Com a diminuição dos impostos ( através da redução da despesa ) cria-se riqueza. São os privados que têem que criar empresas e emprego. O estado deve ser um mero fiscalizador do mercado. E é nisso que se falha: Pouco policiamento, poucos fiscais, pouco controlo. De que vale haver leis, se não se fiscaliza? Estar à espera da boa vontade das pessoas não resolve. É preciso fiscalizar e educar/civilizar a população portuguesa.
    Se não houver subsídios, se houver uma economia clara e transparente, as pessoas vão criar empresas, criar riqueza. É um ciclo vicioso, tal como o actual. Ao dar-se subsídios, há cada vez menos pessoas a querer trabalhar. Ninguém vai trabalhar por 500€ quando receber um subsídio de 600€ durante 2 anos.
    Outra questão, já que também estás na vida académica, é a da função da universidades. Ainda existe muito o pensamento "estuda para teres um bom emprego". Isto era há 20/30 anos atrás. Quando havia poucos licenciados em todas as áreas. Agora, com uma licenciatura/mestrado são poucos os que se pode afirmar que têm mesmo um bom emprego ( não um mediano de 1000€/mês - que já é bom diga-se ). Há 20 anos atrás era uma realidade diferente. Se fosse reitor a mensagem que queria passar seria "estuda, para criares uma boa empresa".

    Julgo ter expressado correctamente o meu ponto de vista. Refuto por completo as medidas do sistema actual com alternativas melhores.

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  10. boas,
    acerca deste ultimo comentario, isso de ter uma licenciatura/mestrado numa coisa qualquer nao serve. porque temos demasiados licenciados em coisas que nao têm aplicacao tecnica nenhuma. sao demasiados psicologos, historiadores, economistas e coisas do genero. o que de facto portugal precisa sao pessoas nas engenharias para desenvolver novas empresas e empresas nacionais com produtos de qualidade e imagem que se possam exportar. vou dar um exemplo, trabalho para uma empresa alema que é lider mundial neste ramo de actividade, sao cerca de 9000 funcionarios directos e penso que outros tantos em outsourcing, temos de todas as nacionalidades em engenharia, design, estudos. tristemente constato que portugueses somos apenas 3, eu mais um outro colega nas mesmas funcoes que eu ou seja na supervisao de montagem exterior e mais um outro no armazem, quero dizer que nao temos pessoas qualificadas. trabalham comigo alemaes, holandeses, ingleses, espanhois, franceses, turcos, romenos, russos, de todo o mundo, mas portugueses so 3. precisamos de pessoas formadas sim, mas de tecnicos, engenheiros, designers. chega de advogados e psicologos. nao temos industria, precisamos de industria propria maquinaria propria produtos proprios com qualidade para que o valor acrescentado fique no pais e nas nossas empresas. chega de sermos subcontractados como mao de obra barata apenas para produzir barato os produtos dos outros porque mesmo isso ja nao da. tivemos uma economia baseada na construcao civil e nas confeccoes, isso acabou, morreu, finito.

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  11. de facto pôr economistas num leque de licenciaturas/mestrados que não têm aplicação técnica nenhuma teria de vir de alguém que trabalha com maquinas.. ÓBVIO. e provavelmente alguém que nem licenciatura tem . caso não saiba o MUNDO depende da economia, esta que é estudada por economistas, estes que depois tiram mestrados que lhes permite compreender coisas que um engenheiro civil/mecânico/informático/etc nunca irá compreender. mas já agora explique-me lá a que tipo de licenciaturas em engenharias se refere ? ou melhor, é daquelas pessoas que acha que não é necessário licenciaturas, ou seja, ensino superior? que as acções de formação e cursos dados pelas empresas chegam ? a empresa Alemã para quem trabalha, vá informar-se de quantos economistas e gestores lá trabalham para que a empresa esteja no "sitio" em que está, para ser possível o senhor e todos esses trabalhadores estrangeiros aí trabalharem.
    Mas para não defender só a minha "classe", com quem iriam falar esses engenheiros e técnicos todos quando tivessem problemas psicológicos se não houvessem psicólogos ? e como resolveriam os problemas em tribunal se não fossem os advogados ?
    TODOS os trabalhos são necessários, desde os técnicos ate aos economistas, advogados e psicólogos.
    TODOS produzem um determinado bem estar à sociedade.
    nunca poderíamos sobreviver apenas com técnicos e engenheiros a fazer peças/carros/máquinas para exportar. ah e para terminar... como é que esses técnicos e engenheiro fariam para exportar as suas "coisas" se não houvesse economistas e gestores a procurarem quem comprasse as suas "coisas" ?

    mais uma vez o comentário do silêncio da voz, ter défice nem sempre é mau, tem é de ser um défice planeado e controlado. depende tudo das politicas utilizadas. infelizmente a época em que toda gente podia abrir empresas a torto e a direito já acabou à muitos anos, FELIZMENTE, devido a muitas facilidades, houve sempre um grande número de falências, para acabar com isso, dificultaram a abertura de empresas, com um aumento das "necessidades" para abrir uma empresa, de facto a burocracia poderia ser mais fácil e leve, mas em relação aos custos não acho que sejam elevados, hoje em dia se for a empresa na hora, com 350€ de custos + 5000€ de Capital Próprio e abre uma empresa, os problemas serão depois com licenças de trabalho necessárias, se for ver bem, empresas que não precisam de muitas licenças, há IMENSAS, dou-lhe um exemplo, veja quantas imobiliárias existem só em Lisboa. na zona onde moro, que é Carnaxide, que é uma zona pequena, existem 9 imobiliárias.
    já para não falar que nem todas as pessoas têm capacidades para gerir uma empresa e em vez de criarem emprego iriam prejudicar muitas pessoas. E o que se diz de quando há muita concorrência o produto é melhor, é mentira, pois vai levar as empresas a cortarem em custos para poderem reduzir o preço a que vendem, o que normalmente leva a uma redução na qualidade.
    As situações de hoje em dia não estão nada fáceis, nada é simples, cada acção tem uma consequência e é essas consequências que têm de tentar ser previstas.
    para já os investidores continuam sem acreditar no mercado português, mesmo com o OE aprovado, o que é MUITO mau para nós. agora apareceu a já grande e ainda em desenvolvimento CHINA, que neste momento é o país onde existe mais movimento de dinheiro no mundo a querer comprar a divida pública portuguesa, vamos ver como vão ficar estas negociações, mas espero que o nosso governo não nos "VENDA" aos chineses.

    gostava de ver um tópico a falar de um dos nossos maiores problemas, as empresas público-privadas .

    cumprimentos,
    Pedro

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